Portugal foi uns campeões de quem não muda o voto. Espanha está um pouco abaixo, juntamente com a Bulgária.
Descrição do gráfico:
Quando decidiu o pelo candidato ou partido político, como é que você votou no parlamento europeu?
E depois as respostas, no gráfico de baixo para cima:
- Sempre votei assim (azul escuro)
- Decidi uns meses atrás
- Decidi umas semanas atrás
- Decidi uns dias antes das eleições
- Decidi no próprio dia das eleições
- Não sei

É claro que se apenas se fala daqueles que votam. E tendo em consideração as taxas de abstenção, a democracia portuguesa tem razões para se sentir ainda mais pobre.
Podemos extrapolar as outras eleições que existem na nossa democracia, suspeitar que o mesmo se passa com essas eleições.
O que é que os Portugueses queriam?
Não existem duvidas que invejamos o nível de vida dos suecos, ou dos países baixos, dos ingleses,…
E se formos a ver, nas suas eleições estes povos têm mais de 60% de eleitores flexíveis. E nós temos mais de 60% de eleitores inflexíveis.
A flexibilidade do eleitor é um fator de pressão para os partidos politicos responderem melhor os interesses dos seus cidadãos.
Porquê que os Portugueses e Espanhóis não mudam tanto?
Existem diferenças estruturais entre as duas democracias.
Uma delas é a taxa de abstenção espanhola ser mais baixa. A taxa de voto em Espanha é 66% e Portugal é de 55%.
Outra diferença, é o facto de alguns partidos espanhóis que se apresentam como alternativa, terem maior cariz regional, atirando para a bipolarização entre Socialistas e Sociais Democratas tradicionais.
Porquê que os Portugueses têm tanta rigidez de votação?
Voltando ao campo das hipóteses, podemos atirar algumas ideias ao ar:
- Não existem partidos de alternativa viável;
- “Sempre clubista, até morrer”;
- Não dá trabalho intelectual ter que analisar alternativas;
- Os nossos políticos frequentam uma escola intemporal da tanga;
- Imprensa fraquinha;
- Os novos partidos que nascem, cedo se transformam num ninho de gatos assanhados;
- Os melhores políticos das alternativas, cedo se passam para um dos partidos do bloco central;
- Vota para que um dos partidos tenha poder suficiente;
- Desconheço o que as pequenas alternativas querem;
- …
Uma teoria com base no tradicionalismo tuga
De todas as diferenças que existem entre os portugueses e outros povos, destaca-se a baixa orientação para longo prazo.
Esta falta de orientação, e o pouco escrutínio que se tem feito pela atividade governativa, permite que os mesmos se mantenham.
Associado ao pânico dos portugueses relativamente à incerteza (perto dos 100%), portanto à mudança, poderá fazer com que os portugueses queiram mudar, mesmo apesar da notória perda relativa de qualidade de vida e de liberdades.
O que as alternativas podem fazer?
Aqui as alternativas são os partidos que nunca governaram.
Estes devem demonstrar que têm um plano que contém mudanças que são seguras e não contêm incertezas, que têm equipa para o executar, qual a pressão que fazem se fizerem parte de uma gerigonça
Qual o nível de sacrifício de curto prazo para que Portugal tenha um futuro, sem que isso acarrete perdas de rendimento e injustiças.
Quais são as alternativas?
Estas são os partidos, que embora não tenham hipóteses de ganhar as eleições, podem exercer pressões sobre os partidos da governação:
PCP Comunismo, Marxismo-leninismo |
CDS-PP Democracia cristã, Conservadorismo, Liberalismo clássico, Populismo de direita |
PCTP/MRPP Comunismo, Maoismo, Euroceticismo |
PPM Conservadorismo social, Liberalismo económico, Agrarianismo, Ecologismo, Monarquismo |
PEV Ecossocialismo, Ecologismo, Pacifismo, Política verde |
Ergue-te Nacionalismo português, Conservadorismo social, Nacional-conservadorismo, Protecionismo, Anti-imigração, Populismo de direita, Euroceticismo |
MPT Ambientalismo, Ecocapitalismo, Liberalismo verde |
Bloco de Esquerda Socialismo democrático, Progressismo, Populismo de esquerda, Ecossocialismo |
PTP Socialismo democrático, Social-democracia, Trabalhismo |
PAN Direito dos animais, Pacifismo, Ambientalismo, Biocentrismo, Decrescimento, Democracia inclusiva |
MAS Socialismo, Trotskismo, Morenismo, Euroceticismo |
LIVRE Ecossocialismo, Social-democracia, Política verde, Progressismo, Europeísmo, Democracia deliberativa |
JPP Pega-tudo, Centrismo, Reformismo |
ADN Centrismo, Populismo, Conservadorismo |
NC Liberalismo Social, Europeísmo |
PURP Direitos dos Pensionistas, Anti-austeridade, Populismo |
Iniciativa Liberal Liberalismo, Liberalismo económico, Liberalismo clássico, Liberalismo cultural, Europeísmo |
Aliança Conservadorismo fiscal, Liberalismo económico, Personalismo, Conservadorismo social, Europeísmo |
CHEGA Nacional-conservadorismo, Nacionalismo, Conservadorismo social, Liberalismo económico, Populismo de direita, Euroceticismo |
RIR Populismo, Humanismo, Pacifismo, Universalismo, Europeísmo |
Volt Portugal Federalismo Europeu, Liberalismo social, Progressismo, Ecologismo |
Fonte: Wikipedia
Então mudar de um grande para o outro?
Esta parece ser a maior parte das mudanças.
Depois da governação de terror para o futuro dos Portugueses, por parte do corrupto José Socrates, a alternativa foi votar no PSD.
O Governo do PSD / Troika
Este governo não foi muito agradável para os portugueses, foram exigidos muitos sacrifícios. E arte politica de António Costa, ditou o fim da governação do PSD (que seria então sem Troika).
Governo PS / Geringonça
Este governo aliviou muitos sacrifícios, colocou as contas certas, mas também teve uma boa conjuntura, levou com o COVID, enfrenta um (in)certo declínio, desgaste, vem a lume a economia portuguesa em perda com os ex-leste, pressão e rutura do BE e do PCP.
Só que as alternativas estão em ebulição, com o PSD em incerteza, e o aliado CDS a ameaçar ficar irrelevante.
Vamos então escrutinar para votar bem no dia 30 de Janeiro.